Uma semana antes da festa, numerosos clãs e grupos ciganos, vindos de todas as partes do mundo, chegam à região para a procissão. Durante a procissão a figura da santa negra é transportada no andor pelas ruas da vila, saindo da igreja e terminando nas águas do Mediterrâneo. A passagem dos ciganos por aquela vila francesa não tem apenas um objetivo religioso. Durante cerca de uma semana os ciganos mostram o que sua cultura tem de mais belo e tradicional, com os ciganos a encher as pequenas ruas de Saintes Maries de La Mer, com a música e as danças tradicionais. Os terrenos em redor da vila são totalmente ocupados pelos acampamentos ciganos. Mas, salvo raras exceções, as carroças de tração animal do passado deram hoje lugar aos traillers com televisão e parabólica, puxados pelos últimos modelos das mais conceituadas marcas de automóveis.
A comemoração de Santa Sara tem seu auge desde a madrugada do dia 24 de maio e durante todo o dia. Na tarde desse dia acontece a procissão que leva a Santa até o mar, e antes e depois da procissão, na cripta subterrânea onde estão os despojos da Santa, é que os fiéis ciganos se juntam em orações.
O local é pequeno e o número de velas acesas é enorme, o que ocasiona grande calor. Tudo acontece na cripta, abraços e beijos na imagem da Santa, cartas depositadas numa caixa de madeira, choro, pedidos e falas incompreensíveis.